Sensacional! Essa é a palavra que resume o que aconteceu na quarta-feira, 04 de Agosto de 2010, na primeira aula Dojo registrada como matéria na UENF. O projeto foi uma iniciativa dos alunos do 8º período: Eduardo Hertz, Herond Robaina e Hugo Maia Vieira que se inspiraram neste post do Vinicius Teles e no fato de já realizarmos um Dojo e conhecermos seus benefícios. Nós três ficamos como monitores voluntários da disciplina, que é ministrada pela Professora Annabell Tamariz (também coordenadora do curso).
A tarefa tratava-se de um desafio para nós, pois os alunos, por serem do 2º período, haviam visto apenas a matéria Programação I em Pascal e em nossos Dojos apenas o pessoal mais experiente tinha participado! Portanto, mesmo utilizando Ruby, conceitos como orientação a objetos deveriam ser abstraídos e nós teríamos que saber empolgar o pessoal.
A aula iniciou com uma apresentação do Hugo Maia sobre o Dojo. Foram explanados quais são os objetivos do Dojo, como deve ser o ambiente para atingir tais objetivos e as técnicas utilizadas.
Em seguida foi explicado o problema, onde este deveria ser algo simples, para os alunos entenderem como funciona um Dojo. Então, escolhemos o problema padrão de primeiros Dojos, o FizzBuzz.
Como era de se esperar, os calouros ficaram meio atônitos com a quantidade de informação passada num primeiro momento. O TDD e uma nova linguagem eram coisas totalmente novas para eles. Aos poucos a aula foi se desenvolvendo com participação ativa do pessoal.
A função de piloto e copiloto era alternada entre os alunos e nós, para haver uma troca de experiência maior e para eles se sentirem um pouco mais seguros nesse primeiro Dojo. O mais interessante a se observar era que o pessoal trocava informação entre si em relação ao problema, fazendo com que todos raciocinassem perante a solução que estávamos desenvolvendo. Isso mostra que, a maior deficiência dos alunos de computação não é a tecnologia ou processo utilizado, e sim a forma como o problema é abordado. O aluno, no modelo de ensino tradicional, não é acostumado a raciocinar, pois não é estimulado a buscar novas alternativas para um problema. Além disso, no Dojo, todos que estão presentes são implicitamente convidados a participar e a interagir, pois a dinâmica do Dojo torna a “aula” empolgante e divertida.
Durante todo o desenrolar do Dojo, fomos soltando para eles boas práticas de programação, como fazer o código falar por si através de nomes de variáveis e funções que façam sentido, melhorar a legibilidade e manutenibilidade do código com a identação correta, dentre outras coisas.
Conversamos também sobre outros assuntos como a importância do Inglês, a importância de saber pesquisar, sobre de sistemas controles de versão, sobre utilizar o Linux para desenvolvimento e algumas outras coisas.
Ao final, fizemos a retrospectiva onde os seguintes pontos foram levantados pelos alunos:
=)
- A proposta do problema
- Foi descontraído e ficamos a vontade
- Não foi como uma aula convencional (o que é legal!)
- Não houve monopólio do controle da aula, com os 3 monitores complementando a explicação
=(
- Não conhecer a linguagem
- Não teve hora extra (vamos fazer!)
O resultado superou todas as expectativas e com certeza será de grande valia para todos nós. Nas próximas sessões eles vão assimilar melhor as ideias e práticas. Com certeza o curso será muito mais divertido e proveitoso para eles que estão conhecendo no 2° período coisas que nós fomos conhecer no 6°. Foi muito legal ver no rosto deles a expressão de empolgação.
Fica a dica e um incentivo para que as pessoas que ainda estão na universidade possam ter essa iniciativa de introduzir e socializar o Dojo na Universidade, onde todos só tem a ganhar.
E como quase formandos, após o Dojo, falamos entre nós: “Ah se tivéssemos isso na nossa época…”
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Código no github: FizzBuzz